A ORAÇÃO QUE DEUS DESEJA OUVIR

17/09/2012 15:27

Lucas 18:13

    O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!
 

    É uma parábola contada por Jesus para combater alguns que confiavam em si mesmos por se considerarem justos e desprezavam os outros. Esta parábola ensina a humildade que é resultada de um profundo reconhecimento de si mesmo e frutifica boas obras, pois trata os outros como se fossem superiores a si mesmo.
    Na parábola um fariseu orava de si para si (v. 11), ou seja, não se preocupava como Deus recebera sua oração, apenas queria justificar para si mesmo, enganado-se ao referir-se como justo. Talvez também queria mostrar aos outros uma imagem de homem santo afim de que os outros o justificassem.Talvez queria apenas aparecer! Neste caso usou a religião para a promoção social.
    Com certeza era uma parábola, mas não deve se duvidar que isso realmente tivesse acontecido, pois orações como estas vemos hoje, em pleno século 21. Pessoas que oram para serem aplaudidas. Preocupadas, oram para agradar aos homens e não a Deus. Pessoas que se acham uma casta especial e acaba humilhando o próximo, destinatário do amor cristão. Pessoas que oram exigindo o direito de ser filho de Deus e que as promessas de Deus se cumpram em suas vidas. Veja bem: Se você se acha alguém especial, consequentemente está se exaltando acima dos demais e humilhando os outros. Oração que revela quem você e sua maior necessidade não agrada a Deus. Deus não quer ouvi-las.
    A oração que agrada a Deus é a oração que revela quem na verdade você é. A oração está preocupada em satisfazer apenas o Senhor. Para isso, é preciso ter um reconhecimento real de si, como teve o publicano. Ele não era pecador porque ser publicano, ele era pecador por ser humano. Alguém carente de proteção, auxílio, favor. O publicano encontrou a salvação na obra de Deus e não na obra pessoal, como fez o fariseu.  A oração que Deus quer ouvir é a oração que encontra em Deus o perdão para os pecados, o auxílio para a vida, um favor para o pecador.
    Deus que ouvir orações de pessoas que baixam a cabeça em atitude de humildade. Que não se aproximam do altar, por se acharem indignas, mas que busca em Deus a solução para sua vida, e dentre elas a maior, o perdão dos pecados.
 

Comentário
 

v. 1: Jesus ensina a perseverança na oração. Mesmo que os dias não mostrem um aparente resultado das oração, o cristão deve continuar orando.
 

v. 2: Esta verdade é ilustrada pela parábola do juiz iníquo e praticada pelo cego Bartimeu. Na parábola Jesus ensina que se um juiz que não teme nem a Deus nem os homens é capaz de vingar a causa de uma viúva desamparada e destituída de qualquer recurso, quanto mais o Justo Juiz.
 

v. 9: Oração a Deus é colocar Nele a confiança. Pessoas na época de Jesus confiavam mais em si mesmas do que em Deus. Diante disso Jesus conta mais uma parábola, a do fariseu e do publicano.
 

v. 11: Na parábola cada um faz uma oração. Na oração do fariseu havia orgulho, pois se alegrava em si mesmo. Era alguém que externamente cumpria com excesso a Lei. O Jejum era uma vez no ano, o fariseu jejuava duas vezes por semana. O dízimo era dado da renda, o fariseu dizimava até dos presentes recebidos. O fariseu jejuavam nas segundas e nas quintas. Os cristãos também jejuavam. Segundo o Didaqué (8.1) as quartas e as sextas eram destinadas ao jejum.
 

v. 13: O publicano, considerado traidor da nação de Israel, logo traidor do Senhor, foi orar, e sequer se aproximou do altar. Não ousou levantar os olhos aos céus. O publicano reconheceu-se pecador e clamava pela ajuda de Deus.
 

v. 14: Diante de Deus a oração aceita foi a do publicano que confiavam na ajuda de Deus e não no mérito humano. Reconhecia quem realmente era e não buscava enganar-se a si mesmo. O publicano foi justificado e foi embora em paz. Já o fariseu continuou preso ao orgulho, pois o homem é incapaz de justificar-se a si mesmo.
 

v. 16: Novamente Jesus ensina: Quem entrará no Reino? A resposta: Quem tiver as seguintes qualidades; humildade, confiança, proximidade, tudo isto encontramos nas crianças, por isso, quem deseja entrar no Reino deve recebê-lo como uma criança.
 

v. 19: O jovem rico chama Jesus de bom. Jesus então o questiona: Você sabe o que está dizendo? Só Deus é bom! E se eu sou bom, logo sou Deus. Isto sim é verdade, Jesus é bom e é Deus, porém o jovem dizia isso sem a iluminação do Espírito, mas pela hipocrisia.
 

v. 23: O jovem que chegou alegre saiu triste porque apesar de cumprir vários pontos da Lei, não teve confiança suficiente para deixar toda sua riqueza em troca de Cristo. Quem assim procede nunca será justificado. A justificação não vem pela obra da Lei, mas pela graça na fé (Rm 5.1).
 

v. 25: O Mestre novamente ensina que o apego as coisas desta vida é o caminho que faz a salvação ficar cada vez mais distante.
 

v. 30: Jesus garante que aquele que  abandona tudo  para seguí-lo será abençoado nesta vida e na vida por vir.
 

v. 34: Jesus ainda prepara seus discípulos para o que vai acontecer, a crucificação. Mas os discípulos não entendiam. O significado era encoberto. Não que Deus o escondeu, mas quer dizer que eles não entendiam, não podiam acessar.
 

v. 38: Entrando na cidade velha de Jericó um cego observou o movimento diferente e descobriu que Jesus passava. Não se conteve e clamou pela compaixão do Filho de Davi. Na verdade já havia rumores sobre esta forma de tratamento em relação a Jesus. Bartimeu, não inventou esta expressão. Não era comum, pois todos temiam a reação do império romano.


Pr. Thiago S. da Rocha

 

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