COMO PREPARAR O CAMINHO PARA O SENHOR?

15/08/2012 14:49

Lucas 3:4

    Conforme está escrito no livro do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

    Foi a função que João, o batista, deveria desempenhar. Como antecessor da vinda de Jesus ao mundo preparar as pessoas para a chegada do Deus encarnado foi uma atividade nobre e privilegiada que este homem de Deus recebeu.
    Naquela época quando o imperador iria visitar uma cidade, enviava precursores para prepará-la para a visita do rei. Foi também o que o Rei Jesus fez, enviou João para preparar seu caminho.
    Jesus já veio, já foi, mas ainda permanece em Espírito conosco. A Bíblia ensina-nos que um dia Ele vai voltar. A sua volta será gloriosa. Ele virá para buscar os resultados ganhos pelo trabalho de suas mãos. Como João, devemos nós, os cristãos, preparar o caminho do Senhor só que agora para sua volta. Porém a preparação continua e é a mesma. A mensagem de João deve ser também nossa. Se formos fiéis como João prepararemos com sucesso o caminho do Senhor.
    Vejamos então como João preparou o caminho do Senhor para que possamos hoje fazer o mesmo.


1.      A ferramenta para preparar o caminho do Senhor – a voz Devemos erguer as nossas vozes e anunciar de forma audível e inteligente a Palavra do Senhor. Não podemos nos calar diante da necessidade do mundo se preparar para o reencontro com o Senhor. Temos que anunciar hoje e não vivermos do anúncio do passado. Temos que pregar o que Deus nos dá e não o que recebemos do outro. Não precisamos repetir pregações de outros, pois a cada um Deus dá a Palavra. Precisamos vozes, não de ecos.

2.      O conteúdo da mensagem desta voz – o arrependimento Embora esteja em alta pregações de alto ajuda, de prosperidade e de milagres e poder, não podemos nos esquecer que nossa mensagem principal deve ser de arrependimento. Mostrar as pessoas que existe uma nova vida de Deus para ela. Uma vida sem a prática do pecado, mas em santificação e que honre a Deus, e para alcançá-la precisam se arrepender, deixar as coisas do pecado para traz e caminhar com o Espírito de Cristo. João ensinou os publicanos não cobrarem mais do que o estipulado, aos soldados, não maltratarem a ninguém, nem fazer denúncias falsas e se contentar com o salário. Arrependimento é dizer não quero fazer isso mais.

3.      A quem deve ser pregada a mensagem do arrependimento -  aos incrédulos Incrédulo é quem não tem fé. Muitos são incrédulos. Podem não ser na
teoria, mas o são na prática. Aquele que crê em Jesus, mas também em Maria não tem fé, porque a fé é suficiente. Quem tem um, não precisa do outro para salvá-lo. A maior característica dos incrédulos é a fé morta. Uma fé baseada na fé dos outros e não uma fé genuína. Uma fé morta é uma fé tradicionalista como a dos judeus que pensavam agradar a Deus através da fé de seu pai Abraão. Há uma épica frase que temos de lembrar constantemente para investigar nossa fé. Assim ela diz: A tradição é a fé viva dos que já morreram, mas o tradicionalismo é a fé morta dos que ainda vivem. Temos que valorizar nossa tradição, mas não o tradicionalismo.

    João já cumpriu a sua parte preparando as pessoas para a vinda do Messias. Cabe a nós, agora, prepará-las para sua volta. Seu retorno para julgar a cada um segundo as suas obras. Nossas orações devem ser para que Deus use nossas vozes com a mensagem de arrependimento para que as pessoas possam crer, se arrepender e estarem preparadas para o reencontro com o Senhor.

Comentário
 

v. 1: Refere-se ao ano 26 ou 27 d.C., quando Tibério era Imperador de Roma, Pilatos governador da Judéia entre 26 a 36 d.C., Tibério era o imperado, sucessor de Augusto; Galiléia e Peréia governava Herodes Antipas; Ituréia e Traconites governava Herodes Filipe; Judéia, Samária e Edom governava Arquelau; Jesus então teria iniciado o ministério em 27, morrido em 30, Paulo o teria visto em 33, e em 49 começou-se a escrever sobre Jesus e seus ensinamentos.
 

v. 2: Anás era sogro de Caifás, logo, uma posição arranjada, pois para ser sumo sacerdote deveria ser da tribo de Levi e a casa de Zadoque. Se ele era genro, possivelmente não era da linhagem. A Palavra do Senhor veio ao mundo depois de 400 anos de silêncio, veio a João quando este estava no deserto. As vezes o isolamento nos traz grandes bençãos, pois nele nos concentramos melhor para a reflexão e estamos abertos a um novo diálogo. É interessante notar que João não esperou sair do deserto para iniciar seu ministério, porém ali mesmo começou a pregar o que o Senhor havia mandado;
 

v. 3: Embora o batismo já fosse uma prática judaica para com os gentios, João não se deteve e batizou mesmo os judeus, pois batizava os publicanos. O batismo é o sinal público de mudança interna. O arrependimento precede o batismo, que o sela e relembra futuras obrigações.
 

v. 5: A pregação de João Batista consiste na implantação da justiça. A nova vida proposta por Deus;
 

v. 7: Aos religiosos da época João os chamou de víboras. Venenosos, surdos, que andam em caminhos tortuosos. Estamos falando das víboras! As duas! Geralmente no deserto algum arbustos inflamava em fogo, daí as víboras saiam de seu esconderijo mediante o fogo consumidor. João compara este fogo com o juízo de Deus.
 

v. 8: Deus pode fazer das pedras, filhos de Abraão, Deus pode fazer de qualquer indivíduo, por mais indigno que seja, seu filho;
 

v. 9: O machado já está posto à raiz, isso implica o juízo para aqueles que não obedecerem a novo e velha ordem. Deus tem direito de nos julgar? Sim, pois foi Ele quem nos criou.
 

v. 13: João ensinou os publicanos a não cobrar mais do que o estipulado. Eles eram cobradores de impostos. João reconheceu que poderiam sim cobrar o imposto, mas dentro da lei. Isso mostra que devemos andar corretamente com a lei dos homens tanto quanto com a lei de Deus. Desde que aquela não contrarie esta. Isso ainda se aplica à nossa convivência social, não podemos também cobrar de alguém algo que não pode dar. Se você sabe que seu irmão não é capaz de fazer algo, andar por tal caminho, não deve pedi-lo que faça.
 

v. 16: João, o batizador tinha consciência de quem ele era. Ele sabia que não era o Messias, não usou a sua fama para sê-lo. Sabia qual era seu lugar e não ousou sair desta posição. O batismo com fogo expressa a prova ou julgamento que a fé deve sempre passar.
 

v. 17: Jesus trouxe salvação e juízo. Jesus veio recolher o trigo e queimar a palha. Separar os salvos dos não salvos, os puros dos perversos.
 

v. 21: Jesus foi batizado? Mas ele preciava de arrependimento? Não! Ele veio a ser batizado para mostrar a validade do ministério de João e se identificar com os pecadores. Apenas ao cumprir esta vontade de Deus que ouviu: Tu és meu filho amado, em ti me comprazo. Para ouvir os elogios e as declarações amorosas de Deus precisamos primeiro obedecê-lo. Há um debate de quem ouviu esta frase de Deus. Para alguns apenas Jesus, para outros Jesus e João, mas o que o texto nos mostra é que todos ouviram na expressão “se ouviu”.
 

v. 23: Aqui vemos o relato bíblico que Jesus iniciou seu ministério aos 30 anos. Tudo para cumprir a lei levítica de que o homem de Deus deveria iniciar seu ministério com esta idade. O mesmo aconteceu com João, o batista.
 

v. 24: A genealogia de Jesus, o estudo de suas raízes, tem por objetivo mostrar que Ele era homem, que veio de Zorobabel, governador da Judéia após o cativeiro, que veio de Davi, o grande dos reis de Israel, que veio de Abraão, o pai da fé, que veio de Noé, sem palavras, que veio de Enoque, o homem que andou com Deus, que veio de Adão, o primeiro homem, que veio de Deus. Ao contar a genealogia vemos que de Adão a Jesus são 77, Jesus é o de número 77. Parece que sim se somarmos suas idades. Jesus seria o “duas vezes perfeito”, pois o número 7 significa perfeição. Mas estudos também mostram que nas genealogias aparecem apenas os nomes principais. A dúvida é: O que Lucas fez? O objetivo de Lucas era mostrar que Jesus se identificava com a natureza de Adão. Segundo os originais Adão de Deus e não Adão filho de Deus. Adão era o cabeça da velha humanidade e Cristo da nova humanidade.


Pr. Thiago S. da Rocha

 

Voltar